CDBs, fundos DI e títulos do Tesouro em alta
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A segunda alta da Taxa Básica de juros da Economia (a Selic), anunciada na última semana pelo Banco Central – BC -, e a expectativa de elevação até o fim do ano mudam o ambiente para os investidores.

E os Certificados de Depósito Bancário - CDBs -, títulos de Renda Fixa emitidos por instituições financeiras - ganham destaque. Com o novo patamar de juros, os CDBs que pagam mais de 90% do Certificado de Depósito Interbancário – CDI -, que é uma taxa usada nos empréstimos entre os bancos, que acompanha a Selic.

Já os fundos DI, que têm em sua Carteira Títulos públicos que acompanham a variação da Selic, ganham da Poupança se tiverem taxa de administração de até 2% ao ano. Outra alternativa de Investimento que se mostra mais rentável são os Títulos do Tesouro Nacional atrelados à Selic.

Especialistas lembram que é preciso ficar atento não apenas à taxa de administração cobrada pelos fundos DI, mas também ao tempo em que o dinheiro permanecerá aplicado. Enquanto a Poupança é isenta de IR, os fundos pagam uma alíquota que varia entre 15% a 22,5%, dependendo do período de aplicação.

A taxa paga pelo CDB é negociada caso a caso com o cliente, dependendo do valor aplicado e do perfil do investidor. Como a expectativa é de alta na Taxa Básica de juros até o fim do ano, o CDB vai se tornar cada vez mais atraente.


Período de aplicação
O Comitê de Política monetária do BC elevou para 10,25% ao ano a Selic em sua última reunião, o segundo aumento seguido depois de manter os juros inalterados por 19 meses. A estimativa mais recente do Boletim Focus do BC, que reúne a previsão de analistas de mercado, é de que a Selic vá encerrar o ano em 11,75%.

Estimativa feita por Rafael Paschoarelli Veiga, professor de Finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP) e responsável pelo site www.comdinheiro.com.br, mostra que se um investidor aplicar R$ 10 mil agora em uma Caderneta de poupança terá R$ 10.726,57 ao fim do período. Um fundo DI com taxa de administração de 1% renderia no mesmo período R$ 1.744,24. 

No caso do CDB com retorno de 90% do CDI, o rendimento ao fim do período seria R$ 10.742,51. A estimativa já desconta o valor que deveria ser pago de Imposto de renda tanto no fundo DI quanto no CDB.

“É preciso lembrar que esses valores consideram o cenário de uma Taxa Selic de 10,25% ao ano. E sabemos que a expectativa é de alta nos próximos meses. Se hoje o rendimento empatar entre poupança, CDB e fundo DI, o investidor já deve deixar de lado a Poupança”, afirma Veiga.
Segundo o professor da FEA/USP, o CDB não é tão popular quanto o fundo DI, mas muitas vezes é mais vantajoso, já que não há cobrança de taxa de administração. Por isso, diz, vale a pena se informar corretamente com o gerente se é possível conseguir uma taxa favorável do CDB.

É uma alternativa mais sofisticada de investimento, mas tem a mesma garantia de até R$ 60 mil por CPF, pelo Fundo Garantidor de Crédito (o mesmo que garante os depósitos na caderneta), e ganha com a alta da Selic, reforça Veiga.


Papéis do Tesouro
O professor de Finanças da Escola de Administraçã6o de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas - FGV-EAESP. Evaldo Alves considera este um bom momento para o investidor se voltar para os papéis do Tesouro Nacional que estão atrelados à Selic.

“Os fundos DI também se tornam mais vantajosos. Mas é preciso avaliar com cuidado o tempo que o dinheiro ficará investido. Se há Risco de ser um período pequeno, o Imposto de renda pode acabar comprometendo o rendimento”,  ressalta.

Miguel Ribeiro de Oliveira, Economista da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – Anefac -, aponta que vivemos o momento oposto ao vivido há alguns meses, quando a Poupança se tornava mais vantajosa.

“Quando a Taxa de Juros está em queda, a Poupança se torna mais vantajosa. Hoje, o que se vê é o CDB e o fundo DI tendendo a ganhar mais. No entanto, é claro que o Investimento depende da capacidade de cada um assumir riscos”,  afirma Oliveira.


Fonte: O Globo


Data: 14/06/2010 às 10h59
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