A queda no desemprego e o aumento da renda propiciaram aos bancos condições para expandir o seu lucro, que superou, pela primeira vez, o patamar registrado antes da crise financeira internacional, informou nesta segunda-feira (11) o Banco Central, por meio do relatório de estabilidade financeira do segundo semestre de 2010.
De acordo com o documento, o lucro semestral dos bancos brasileiros somou R$ 30 bilhões no segundo semestre do ano passado, com crescimento de R$ 4,7 bilhões sobre os seis primeiros meses de 2010 (R$ 25,2 bilhões).
Segundo o Banco Central, o lucro das instituições financeiras também ficou R$ 3,5 bilhões acima do registrado no primeiro semestre de 2008, antes da crise financeira. A fase mais aguda da crise começou após o anúncio de concordata do Lehman Brothers, em setembro daquele ano, o que gerou um efeito dominó em outros bancos. Foi considerada a pior crise desde a grande depressão dos anos 30.
Após os efeitos da crise, os resultados têm apresentado melhora contínua em sua qualidade, haja vista o aumento na participação do resultado da intermediação financeira [operações de crédito] e a redução na contribuição dos resultados não operacionais em sua formação, informou o Banco Central no relatório.
A autoridade monetária avaliou ainda que o lucro do sistema bancário tem crescido consistentemente, em montante e qualidade, desde dezembro de 2008, sustentado pelo acréscimo nos volumes, impactando positivamente a rentabilidade.
Dadas as perspectivas de crescimento da economia brasileira, não há sinais de alteração significativa nesse cenário em curto prazo, apesar das incertezas quanto à recuperação da economia dos países desenvolvidos afetados pela última crise financeira. Ademais, o aperto monetário [subida dos juros] iniciado em abril de 2010, com 2 pontos percentuais de aumento na taxa Selic, e retomado em janeiro de 2011 continuará impactando positivamente os resultados, informou o Banco Central no relatório.
Fonte: G1