Quem costuma deixar para declarar o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) na última hora não precisa se preocupar. Na realidade, os atrasadinhos podem até sair no lucro. A atualização dos valores é calculada de acordo com a taxa básica de juros da economia (Selic), maior do que a rentabilidade de qualquer investimento de baixo risco.
De acordo com cálculos do economista Rodrigo Leandro Moura, da Fundação Getulio Vargas (FGV), se o contribuinte tivesse, no ano passado, uma restituição de mil reais para receber, o rendimento, até dezembro (data do último lote), teria sido de R$ 81 — baseado nos índices de 2010. Se a restituição viesse no primeiro lote e o valor fosse aplicado na poupança, por exemplo, teria rendido apenas R$ 46, no mesmo período. A diferença seria de R$ 35.
Com o quilo de picanha, em média, a R$ 17, se os índices forem mantidos e o preço da carne não disparar, será possível garantir, ao menos, o churrasco de fim de ano.
— Se puder esperar para ser restituído mais no fim, melhor — afirmou Moura.
Segundo o economista José Dutra Sobrinho, porém, mesmo declarando por último, não é possível ter certeza sobre a data de restituição:
— O que existe é uma tendência de a Receita Federal montar um cronograma de devolução de acordo com o envio das declarações. Quem declara no fim do prazo tende a receber os últimos lotes.
Segundo Dutra, se a pessoas estiver precisando do dinheiro, é melhor declarar logo:
— Principalmente, se tiver pedido para antecipar a restituição em algum banco.
Fonte: Extra - Globo