Caixa irá injetar até R$ 10 bilhões no Panamericano, diz presidente
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A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, disse nesta sexta-feira, 11, que a instituição deverá injetar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões no banco Panamericano, vendido ao BTG Pactual. O aporte é de médio a longo prazo, segundo a Caixa.

A Caixa vai dar suporte para que o Panamericano tenha condições de executar suas atividades. Estudos estão sendo feito para avaliar as possibilidade dessa negociação.  Nossas expectativas são positivas. Não só em relação ao novo parceiro, mas em relação a todos os estudos que estão sendo feitos pela Caixa no sentido de ampliar cada vez mais nossa capacidade de atendimento e de negócios nessa parceria, disse.

Quanto à investigação que está sendo feita pelo Tribunal de Contas da União - TCU - sobre as circunstâncias em que o Panamericano foi vendido, a presidente disse que a própria instituição tomou a iniciativa de procurá-lo para prestar todos os esclarecimentos necessários.

Segundo a Caixa, os dados contábeis relativos ao Panamericano entrarão no balanço da instituição no primeiro trimestre da instituição. As demonstrações financeiras do Panamericano estão previstas para ser divulgadas no próximo dia 15. 

PROCESSO

A venda do Panamericano foi confirmada pelo próprio apresentador e dono do grupo Silvio Santos no último dia de janeiro. Vendi o banco, claro. Não podia deixar de vender o banco. Porque o meu banco não deu prejuízo pra ninguém. Não ganhei nada, não perdi nada, disse.

Em nota, o BTG Pactual confirmou, pouco depois, ter acertado a compra da fatia do apresentador na instituição. Segundo o BTG Pactual, a compra foi fechada por R$ 450 milhões.

Com o acordo, a instituição passa a deter 34,64% do Panamericano, com 51% das ações ordinárias – o que garante o controle do banco – e 21,97% das preferenciais. “O patrimônio do Grupo BTG Pactual é de aproximadamente R$ 7,3 bilhões e o do Banco BTG Pactual, de R$ 5,6 bilhões”, diz a instituição em nota.

Pelo acordo, a Caixa Economica Federal - CEF - manterá sua participação de 36,56% no capital social total do banco. Será feita ainda, na data da conclusão do negócio, uma Oferta Pública de Aquisição de Ações - OPA - aos acionistas minoritários, nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador, pelo preço de R$ 4,89 por ação.

O comando do Panamericano ficará nas mãos de José Luiz Acar Pedro, sócio do BTG.

CRISE

Em novembro, o Panamericano recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões, com recursos obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos - FGC -, tendo os bens do grupo Silvio Santos como garantia, depois que o BC identificou um rombo nas contas da instituição.

De acordo com a autoridade monetária, o Panamericano mantinha em seu balanço, como ativos, carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado.

Em novembro, o Banco Central e o FGC organizaram um plano que resultou na injeção, pelo FGC, de R$ 2,5 bilhões no Panamericano para reforçar o seu balanço e evitar uma corrida aos depósitos. O FGC emprestou o dinheiro a Silvio Santos, que deu como garantia as empresas do seu grupo, que incluem uma emissora de televisão e uma fabricante de cosméticos.

Especializado nos segmentos de leasing e financiamento de automóveis, o Panamericano teve 49% do capital votante e 35% do capital total vendido para o banco estatal Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.


Data: 12/02/2011 às 11h27
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