O novo presidente do Banco Central - BC -, Alexandre Tombini, enfrenta logo no início do mandato o desafio de trazer a inflação de volta à meta de 4,5% ao ano. Em 2010, o IPCA subiu 5,91%. O primeiro passo deve ser dado nesta semana, quando ele comanda a primeira reunião do Comitê de Política Monetária -Copom.
No encontro da terça-feira, Tombini e seis diretores do BC definirão o novo nível da taxa básica de juros (Selic). Há um consenso no mercado financeiro de que a taxa será reajustada. A aposta mais frequente é de uma elevação de 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
O próprio BC, no Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro, não poderia ter sido mais explícito. No regime de metas para a inflação, desvios em relação à meta, na magnitude dos implicitos nessas projeções (do mercado e do próprio BC), sugerem necessidade de implementação, no curto prazo, de ajuste na taxa básica de juros, diz parte do texto do documento.
A provável alta fará o Brasil ficar ainda mais atrativo para os investidores internacionais, porque aumentará a já enorme diferença entre os juros aqui dentro e no exterior.
A Selic é a mais alta taxa básica do mundo, tanto em termos reais (cálculo que desconta a inflação) quanto nominais. Nos países desenvolvidos, os juros estão próximos de zero. Os analistas não têm certeza sobre uma elevação da Selic apenas agora. Cravam que o BC vai continuar puxando o juro básico durante boa parte de 2011.
A maioria deles avalia que a taxa irá até 12,25% ao ano e ficará assim até dezembro. Mas há apostas para todo os gostos. O Credit Suisse acredita em um ciclo mais longo. O Fator vê espaço para queda da taxa já no segundo semestre.
Fonte: Diário do Comércio