Formalização impulsiona crescimento de empresas
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Comunidades de São Paulo e do Rio de Janeiro têm visto prosperarem negócios conduzidos por empreendedores que se formalizaram no último ano pelo MEI (Microempreendedor Individual), rebatizado de EI (Empreendedor Individual).

Motivada pela formalização e pelo aumento de poder aquisitivo, dizem especialistas ouvidos pela Folha, parte dos 84.233 empresários dessas capitais passa por um segundo processo: o de ampliação da oferta de produtos e serviços e de boas práticas de atendimento para alavancar o empreendimento.

Uma das explicações, indica o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto, é o acesso a instrumentos de mercado como contato direto com fornecedores e possibilidade de obtenção de crédito.

Conseguir um empréstimo com juros mensais de 2,5% para implementar melhorias na empresa é um dos benefícios citados pelo cabeleireiro Valdeci José Pereira, 33, sobre a formalização.

Dono de um salão de beleza na zona leste de São Paulo desde 2004, o empreendedor aderiu ao EI em maio deste ano, contratou um funcionário, abriu uma conta bancária jurídica e providenciou a instalação de máquinas de cartão de débito e crédito.

De acordo com André Ferreira, sócio da consultoria Ernst & Young Terco, o cenário no Brasil está favorável tanto para a abertura de negócios quanto para o crescimento daqueles já existentes. A perspectiva é a de que mais novas empresas sobrevivam, considera.

 

Exigências são entraves à expansão

Empresários criticam o limite de R$ 36 mil anuais de faturamento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Apesar de contarem com perspectivas de crescimento, empresários reclamam do limite de faturamento imposto pelo EI (Empreendedor Individual), de R$ 36 mil por ano, e das exigências em relação à tomada de microcrédito.

É pouco, esse valor deveria ser o limite para o lucro, e não para o faturamento, assinala Eurico de Souza Medeiros, 53, proprietário da SOS Guarda-Sol, que faz manutenção de guarda-sóis no Rio de Janeiro, sobre o EI.

Não identificamos essa reclamação, diz o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto, que sugere solicitar mudanças se a dificuldade for detectada.

Em relação ao microcrédito, a insatisfação está ligada à forma de obtenção. As instituições determinam que o empréstimo seja feito em grupo. Todos são responsáveis pelo pagamento. Se o outro deixa de pagar, tenho de cobrir, reclama a dona da loja de artesanato Féfi, Maricélia Ferraz Reis, 34.

O superintendente-executivo de microcrédito do Santander, Jeronimo Ramos, recomenda aos clientes se associarem a pessoas conhecidas, de confiança e idôneas.

Na opinião de Alberto Souza Silva, dono de uma casa de produtos típicos da região Norte, o fato de o empréstimo precisar ser pago no mês subsequente também atrapalha. Às vezes, mal consigo fazer as vendas que planejei e já tenho de pagar [o empréstimo]. O prazo [de carência] deveria ser maior.

 

EMPREENDEDOR

INDIVIDUAL

FORMALIZAÇÃO E

PROCEDIMENTOS

- Consultar as atividades permitidas no EI no Portal do Empreendedor

(www.portaldoempreendedor.gov.br)

- Cadastrar-se no portal, no link formalize-se agora

BENEFÍCIOS

- Assessoria contábil gratuita no primeiro ano

- Cobertura previdenciária

- Possibilidade de instalar máquinas de débito

Fonte: Fenacon

Data: 15/12/2010 às 08h20
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