Na opinião do ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, essa é uma das propostas que devem ser avaliadas no próximo mandato, portanto, entre 2015 e 2018.
Dentro da aprovação do Supersimples foi criado um grupo de estudo para analisar várias questões, ainda não tem nada definido sobre isso, mas todos concordam que a saída deve ser suave. E o modo de se fazer isso pode ser com alíquotas progressivas, mas tem várias maneiras, disse, após ser questionado pelo DCI, durante o Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segunda ele, a mudança na legislação seria mais uma questão técnica que está sendo investigada pelo governo e pelo Sebrae e deve ser detalhada pelo próximo governante. O objetivo, acredito, que é acabar mesmo com esse conceito de morte súbita. A empresa ultrapassa os R$ 3,6 milhões de faturamento anual, a carga tributária sobe muito. Por isso é um das medidas que o próximo governante deve fazer.
Pessimismo
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, que também participou do evento, endossa essa sugestão de criar condições para que o brasileiro possa empreender mais. O empreendedor quer empreender. O que nos angustia é a perspectiva de recessão, de desemprego e de falta de investimento que há hoje, disse.
Segundo ele, existe um desconforto generalizado na economia brasileira. A indústria, talvez, seja o caso mais particular, que se antecipou [à queda da atividade], mas na verdade o desconforto e o descontentamento estão presentes em tudo, ressaltou.
Mais propostas
Em meio ao cenário atual, de fraco ritmo da economia, Barbosa comenta que o principal ajuste a ser feito é permitir uma maior flutuação do câmbio com aumento gradual do superávit primário - economia para o pagamento dos juros da dívida pública.
O primário tem que ir a 2% do PIB num período de dois anos ou até um pouco mais. Isso melhora a previsibilidade da política macroeconômica, disse o especialista.
Por outro lado, para o ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, a economia só irá ter um crescimento mais expressivo se houver maior produtividade do trabalho. Se almejamos um crescimento de 3%, a produtividade média deve subir de 2,5% a 3%, sugere.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria