Com os cortes, a expectativa de crescimento do Brasil para 2014 é menos da metade do que o fundo previa em abril do ano passado. Em relatório divulgado naquele mês, a previsão era de alta de 4% no PIB. Em janeiro deste ano, já havia recuado para 2,3%.
O FMI também cortou, de 2,8% para 2,7%, a expectativa de alta para o PIB do país em 2015.
Oferta baixa, inflação em alta
De acordo com o fundo, a economia brasileira sofre com restrições de oferta doméstica, especialmente de infraestrutura, e com um contínuo baixo crescimento do investimento privado, que se reflete na perda de competitividade e na baixa confiança dos empresários.
A inflação deste ano, segundo o FMI, deve ficar em 6,2%, perto do teto da meta do governo. Pelo sistema de metas de inflação em vigor no Brasil, o indicador pode variar entre 2,5% e 6,5%. Já o desemprego deve ter uma pequena alta, passando dos 5,4% de 2013 para 5,6% este ano e para 5,8% em 2015.
A atividade em muitas economias emergentes desapontou em um cenário financeiro externo menos favorável, embora continuem a contribuir com mais de dois terços do crescimento mundial, diz o relatório.
Para as economias desenvolvidas, a previsão foi mantida em 2,2%.
Um grande impulso para o crescimento global veio dos Estados Unidos, cuja economia cresceu 3,25% na segunda metade de 2013, mais forte que o esperado no relatório de outubro, aponta o FMI.
Após uma alta de 1,9% em 2013, o PIB norte-americano deve se expandir 2,8% em 2014, e 3% em 2015. Na zona do euro, a recuperação deve ganhar força, com altas de 1,2% em 2014 e 1,5% em 2015, revertendo a queda de 0,5% registrada no ano passado.
Para a China, o FMI prevê alta de 7,% no PIB este ano, desacelerando-se para 7,3% em 2015. Entre os países dos Brics (grupo de cinco países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte), a Rússia deve registrar o pior desempenho, com alta de 1,3% em 2014. A Índia deve crescer 5,4%, e África do Sul, 5,3%.
Na América do Sul, o crescimento do Brasil em 2014 deve ser maior apenas que o da Argentina (0,5%) e o da Venezuela (-0,5%). O Peru deve liderar a alta na região, com 5,5%. A estimativa é que, juntos, os países sul-americanos cresçam 2,3% este ano.
Fonte: G1