Ao todo, as avaliações globais de outras 17 instituições financeiras e os nacionais de 26 foram colocados em observação com implicações negativas, o que significa que ainda podem ser rebaixados.
Tiveram suas notas reduzidas pela S&P: Banco do Brasil (BB), BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaú-Unibanco, Itaú BBA, Bradesco, Santander, HSBC, Banco do Nordeste do Brasil, Citibank, Allianz Global, SulAmérica e SulAmérica Companhia Nacional de Seguros.
O rebaixamento das notas das instituições segue o corte no rating do Brasil. Na segunda-feira (24), a agência americana baixou a classificação do país de BBB para BBB-, a faixa mais baixa da categoria grau de investimento.
No dia seguinte, a S&P indicou que não vê perspectiva para um novo rebaixamento do Brasil, destacando que isso só acontecerá se os indicadores externos tiverem forte deterioração e se o governo do país romper seu compromisso com as políticas pragmáticas.
Reduzir os ratings de novo é realmente um cenário que nós não estamos contemplando. Estamos confiantes com o Brasil dentro da categoria de grau de investimento, disse, na ocasião, a analista da Standard & Poors Lisa Schineller, em conferência telefônica com analistas e jornalistas. Segundo Lisa, os parâmetros da economia brasileira ainda estão no lugar.
Menor transparência e subsídios para energia
Entre os dados citados para redução da nota do país, a analista da agência americana também falou sobre uma menor transparência do governo na execução fiscal. Além disso, a dinâmica do setor elétrico, com subsídios para adiar uma alta nas contas de luz, pesou na decisão.
De acordo com Lisa, a redução da nota do Brasil reflete a deterioração fiscal vista nos últimos anos, em um cenário de menor crescimento econômico e sustentação baseada em fatores temporários de arrecadação.
A credibilidade sobre a política fiscal perdeu força recentemente, disse.
A analista da Standard & Poors ainda lembrou que recentemente o governo brasileiro anunciou cortes no orçamento, mas afirmou que não será fácil atingir o superávit formal pretendido sem recurso a algum tipo de ajuste, dado o baixo crescimento.
Também pesou no corte da nota do país, segundo a S&P, o julgamento da correção das poupanças pela Justiça, que pode determinar que os bancos arquem com supostas perdas nas cadernetas ocorridas durantes os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.
Fonte: G1