Lendo a opinião de diversos colegas sobre o atual momento que passa a nossa profissão, com base na leitura de diversos artigos e acompanhando a opinião de diversos profissionais, tudo leva a crer em uma forte tendência na redução do número de escritórios, em uma mudança no perfil dos profissionais da contabilidade e na especialização dos serviços.
Oferecer mais que contabilidade será fundamental, vários escritórios (que agora estão adotando a forma de se chamarem Empresas de Contabilidade) estão oferecendo mais serviços agregados, principalmente no que tange a tecnologia, isto também causa pressão sobre os menores. Somente fazer a contabilidade, já não interessa mais a maioria dos clientes que são organizados e querem crescer de forma segura.
E esta pressão causada pela concorrência dos maiores dificulta para quem está começando, pois requer conhecimento multidisciplinar, coisa que as faculdades estão longe de ensinar, e o início de carreira não oferece suporte suficiente para tamanha pressão.
É inegável que os profissionais passam por uma pressão muito grande, mas por outro lado cabe também ao empresário contábil, ver o seu escritório como um negócio, colocar o seu lado empreendedor nesta situação e procurar oportunidades, parcerias, ampliar conhecimentos.
Não podemos esquecer também uma questão histórica (que prejudicou muito a imagem do profissional contábil) que partiu de muitos profissionais da classe quer fosse por estarem mal informados ou por desleixo, que escrituravam somente o Livro Caixa de seus clientes (mesmo sendo a escrita contábil fundamental para gestão e obrigatória por lei), e não apresentavam sequer um relatório contábil para o cliente.
Além do que as visitas ao cliente ocorriam?quase nunca?não sendo somente para retirar/entregar documentos e cobrar honorários, sendo tudo isto realizado na maioria das vezes por um office-boy. Estes fatos deixaram uma imagem negativa a ser revertida. Fazendo o empresário ver o Contador/Escritório como mais uma despesa e não um parceiro fundamental no seu crescimento.
Selecionar os clientes, livrar-se daqueles que só dão trabalho e pouco lucro também é fundamental!
Por outro lado ocorre também a especialização de muitas empresas de contabilidade: alguns fazendo somente a folha de pagamento para empresas e mesmo para outros empresas de contabilidade (o que por um lado é muito bom para quem terceiriza pois reduz custos).
Outros estão especializados na área de educação, atendendo somente escolas.
Outros estão especializados no terceiro setor, atendendo OSCIPs, Associações e Fundações.
Ainda há outros especializados na área médica, atendendo médicos, clinicas médicas, laboratórios, hospitais, etc..
Fora aqueles que atendem somente o setor de serviços.
Ainda há outros escritórios/empresas de contabilidade que oferecem treinamentos sobre gestão aos seus clientes.
Fora empresas do exterior que chegam apresentando novidades como esta:
http://www.hrblock.com.br/ que é especialista em Imposto de Renda e chegou ao Brasil recentemente, e já atende nos EUA, Canadá e Austrália.
O que vejo com certeza é que oferecer somente os serviços contábeis não será mais suficiente, a não ser para clientes pequenos. Isto até o Governo Federal criar algo mais abrangente que o MEI e também não exigir contabilidade destes pequenos, o que pode tornar o mercado ainda mais restrito e competitivo.
Mas aí também reside um outro detalhe importante, a contabilidade é um serviço essencial a qualquer empresa e não somente uma exigência do governo. Sendo obrigatória ou não é uma ferramenta para a gestão de qualquer empresa.
Mas ainda acredito no sucesso das empresas de contabilidade, mas, não mais prestando somente a execução dos serviços contábeis, não mais realizando a contabilidade de todo tipo de empresa, não mais com o responsável somente dentro do escritório.
Todas as ações de uma empresa são registradas pela contabilidade, sendo esta o único recurso confiável para a gestão eficiente de qualquer empresa que deseja crescer baseada em informações sólidas.
A contabilidade é um produto a ser vendido!
Fonte:
http://www.alexandreferrao.com.br/o-futuro-dos-escritorios-contabeis/