Os bancários devem aprovar hoje, em assembleia, o fim da greve da categoria, que já dura 14 dias. A recomendação para aceitar a proposta apresentada na segundafeira pela Federação Nacional dos Bancos - Fenaban -, será feita pelo Comando Nacional dos Bancários. No Rio, a assembleia está marcada para as 18h no auditório do sindicato local, na Avenida Presidente Vargas, Centro.
Depois da reunião com os bancos, na segunda-feira, fizemos uma avaliação e decidimos propor a aprovação da nova proposta, afirmou ontem o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar.
Fenaban propõe um aumento real de 3,08% Ele definiu a oferta dos bancos como “significativa” e disse que a campanha salarial deste ano caminha “para o melhor acordo dos últimos 15 anos”.
A Fenaban ofereceu reajuste de 7,5% para quem ganha até R$ 5.250, o equivalente a um aumento real (descontada a inflação dos últimos 12 meses) de 3,08%. Para os salários superiores a R$ 5.250, a proposta prevê um aumento fixo de R$ 393,75 ou correção de 4,29% — o que for maior.
A nova proposta também reajusta o piso de escriturários e caixas (de R$ 1.074,46 para R$ 1.250, reajuste de 16,33%). Já a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que tem regra básica de 90% do salário, mais adicional, terá 14,28% de aumento no adicional, com teto ampliado de R$ 2.100 para R$ 2.400.
Conseguimos um aumento real significativo, como resultado da maior greve nos últimos 20 anos, disse o presidente do sindicato do Rio.
Com data-base em 1ode setembro e em greve desde o último dia 29, os cerca de 470 mil bancários do país apresentaram inicialmente pedido de reajuste salarial de 11%. A primeira contraproposta da Fenaban, apresentada no sábado passado, previa aumento de 6,5% para salários até R$ 4.100. Foi recusada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-Rio) por ser “insuficiente” — pelas contas da entidade, trabalhadores com salários acima de R$ 6.200 não conseguiriam repor a inflação dos últimos 12 meses. A segunda oferta foi apresentada na segunda-feira.
Além da discussão sobre a convenção coletiva de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa, os dois lados negociaram ainda a inclusão de cláusulas sobre temas como o fim do assédio moral e maior segurança nas agências.
Fonte: O Globo