A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,258, alta de 1,69%. Esta é a maior cotação de fechamento desde o dia 1.º de abril de 2009, quando a moeda estava cotada a R$ 2,281 para a venda. Veja a cotação
O dólar ultrapassou R$ 2,25 logo no início desta sessão, depois de ter fechado acima de R$ 2,22 na véspera, refletindo sinalizações do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, de que pode começar a reduzir seu programa de compra de ativos ainda neste ano, o que reduziria a oferta de dólares nos mercados globais, destaca a Reuters.
Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, disse que se as projeções econômicas vierem da maneira esperada, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) poderá reduzir o ritmo de compras de ativos ainda este ano. Ele disse também que, se as projeções estiverem corretas, o programa será encerrado em meados do ano que vem.
Continua o pânico com o que acontece lá fora. E (o pânico) deve continuar, enquanto não houver novas decisões, disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
A alta da divisa levou o BC a fazer um leilão de swap cambial tradicional ? que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro ?, vendendo a oferta total de 60 mil contratos de swap com vencimentos em 2 de setembro e 1º de outubro de 2013.
Após o anúncio do leilão de swap, o dólar atingiu a mínima do dia, de R$ 2,2233, mas a moeda rapidamente voltou a ganhar força e ultrapassou o patamar de R$ 2,27 no intradia. O BC voltou, então, a atuar nos mercados, realizando desta vez dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra.
É a primeira vez que o BC recorre a essa ferramenta desde 30 de janeiro deste ano: até então, a autoridade monetária se restringiu a atuar nos mercados por meio de swaps. A taxa de corte do primeiro leilão ficou em R$ 2,2905 e a do segundo, em R$ 2,3034.
Operadores alertaram, no entanto, que as atuações do BC devem ter efeito limitado na cotação do dólar, uma vez que os mercados globais estão muito estressados e investidores estão revendo suas estratégias devido à mudança do cenário com a redução do estímulo nos EUA.
O BC vai ter de fazer mais força. A pressão que está ocorrendo é de saídas de dólares daqui para serem aplicados lá fora, o BC precisa colocar liquidez para compensar, afirmou o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold.
O clima de pessimismo afetava grande parte dos mercados mundiais, levando os três principais índices acionários dos EUA a fechar em queda de mais de 2% e os rendimentos dos Treasuries, títulos de dívida soberana do país, a disparar. Já o dólar ganhava força em escala global: em relação a uma cesta de divisas, a moeda norte-americana subia 0,48%.
Na quarta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 2,2205. Na semana, o dólar tem alta de 5,12% e, no ano, a valorização chega a 10,25%.
Fonte: G1