Inflação mais baixa faz bem para o PIB, diz presidente do Banco Central
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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou nesta quinta-feira (30), em entrevista ao Jornal Nacional, que o compromisso da autoridade monetária é com o controle da inflação e previu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não deve chegar a 3% em 2013.

Na noite de ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição acelerou o ritmo de alta dos juros ao promover uma elevação de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, para 8% ao ano, mesmo com o fraco desempenho do PIB no primeiro trimestre deste ano. A decisão foi criticada por representantes do setor produtivo e dos trabalhadores.

Segundo Tombini, a atuação do BC é para preservar a renda dos assalariados. A inflação mais baixa ajuda a reforçar a confiança, que faz bem para o PIB. Estamos ajudando a consolidar esse processo de recuperação gradual da economia brasileira, afirmou o presidente do Banco Central.

Inflação vai cair no curto prazo
De acordo com o presidente do BC, a inflação no curto prazo vai cair. Mas o trabalho do Banco Central é de atender seu compromisso não só no curto prazo, mas fazer com que os ganhos de redução de inflação, nos próximos meses, se prolonguem no tempo. É reforçar os pilares da economia brasileira para a dona de casa, para o consumidor e para os próprios empresários, declarou Tombini em entrevista ao Jornal Nacional.

Em sua avaliação, a inflação mais baixa reforça a confiança tanto da dona de casa, quanto do consumidor e do empresário, para fazer seu planejamento de investimento.

Ou seja, dá mais tranquilidade para a economia. Reforça os fundamentos da economia brasileira. O combate à inflação vem no sentido de fortalecer a confiança nos pilares da economia brasileira e dar mais tranquilidade, disse ele.

Inflação comportada em junho
O presidente da autoridade monetária declarou ainda que espera uma queda da inflação nos próximos meses. Segundo ele, isso é algo previsível. O BC vem no sentido de fazer com que [a queda] os preços dos alimentos no atacado passem de forma mais clara, mais firme, para o consumidor. E que isso se consolide não só nos proximos meses, mas nos próximos anos (...) A nossa previsão de inflação para junho é de uma inflação bastante comportada, afirmou.

Tombini declarou ainda que o aumento dos juros é um tipo de remédio para trazer a inflação para baixo e que isso reforça a confiança nos pilares da economia brasileira. Por outro lado, ajuda a preservar a renda dos assalariados. Teremos um ambiente econômico de maior estabilidade. [O aumento dos juros] vem no sentido de dar mais tranquilidade para os investidores, acrescentou ele.

Metas de inflação
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta.

Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Em abril, o IPCA somou 0,55% e, no acumulado do ano, ficou em 2,50%, acima dos 1,87% relativos a igual período de 2012. No acumulado em 12 meses até abril deste ano, o IPCA teve alta de 6,49% e, assim, ficou no limite do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 6,5%.

Entretanto, o próprio Banco Central tem previu, no relatório de inflação divulgado no fim de março, um IPCA próximo de 6% neste ano. Os dados mostram que a instituição manteve a taxa básica de juros inalterada na mínima histórica, em 7,25% ao ano desde outubro do ano passado, elevando-a somente em abril, mesmo com a deterioração do cenário de inflação registrado no primeiro trimestre deste ano.

Entre 1999 e 2012 (considerando todos os anos), desde o início do sistema de metas de inflação brasileiro, o IPCA médio somou 6,69%, enquanto que a meta central média do mesmo período foi de 4,60%.

Produto Interno Bruto
O presidente do Banco Central informou ainda que sua expectativa, atualmente, é que o crescimento da economia brasileira não chegue a 3% em 2013. No fim de março, no relatório de inflação do primeiro trimestre, a autoridade monetária estimou uma expansão do PIB da ordem de 3,1% para este ano.

Antes do anúncio do PIB do primeiro trimestre deste ano, que avançou 0,6% sobre os três últimos meses do ano passado, os economistas do mercado financeiro projetavam um crescimento do PIB de 2,93% para 2013. Entretanto, após o resultado do PIB, vários deles já estão revisando para baixo sua estimativa.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que a economia brasileira não deverá crescer no ritmo de 3,5% neste ano ? que está contido no orçamento federal de 2013 ? e que este valor certamente será revisado para baixo, mas não informou o número exato.

Entretanto, de acordo com Mantega, a expansão será maior do que os 0,9% registrados em 2012. A taxa de crescimento da economia de 0,6% no primeiro trimestre deste ano, segundo ele, representa uma expansão anualizada de 2,2% do PIB brasileiro.

Estávamos em 3,5% [no orçamento], mas certamente vamos rever esse número. Não posso olhar só para o primeiro trimestre. Tenho de olhar para os trimestres sucessivos. Estamos no meio do segundo trimestrre e os dados são muito bons, principalmente de abril, declarou o ministro da Fazenda nesta quarta-feira.

 

 

Fonte: G1


Data: 31/05/2013 às 09h01
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