Segundo a o estudo sobre as perspectivas econômicas da região, o crescimento econômico na América Latina e no Caribe deve recuperar-se, chegando a 3,5% em 2013, após registrar 3% em 2012, impactado pelo aumento da demanda externa e pelos efeitos do relaxamento da política anterior em alguns dos principais países da região.
Para 2014, o fundo prevê que o crescimento chegará a cerca de 4% na região diante da combinação de condições de financiamento relativamente fáceis e a forte demanda por commodities.
O relatório alerta, entretanto, que há nuvens no horizonte, e risco de uma reversão dos ventos a favor.
Segundo o FMI, os riscos no médio prazo giram em torno de condições mundiais de financiamento mais rigorosas e da possibilidade de uma forte desaceleração nos países emergentes da Ásia, com efeitos indiretos sobre os preços das commodities.
Além disso, segundo o fundo, o risco de uma deterioração dos balanços dos setores externo e financeiro agora é maior.
?A conjuntura ainda é bastante favorável, mas não vai durar para sempre. Estamos observando uma moderação dos preços das commodities que pode vir a se intensificar, e as taxas de juros acabarão subindo à medida que a situação nas economias avançadas melhore. O desafio para muitos países da região é tirar partido desse cenário para restabelecer as proteções e assentar as bases para buscar um crescimento mais vigoroso e mais inclusivo?, destacou Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
Recomendações
Na avaliação do FMI, afirma que o forte impulso de crescimento da última década na região provavelmente não se sustentará, a menos que o crescimento da produtividade acelere consideravelmente. Nesse contexto, segundo o funfo, a região deve priorizar as reformas estruturais, como a melhoria do ambiente de negócios, o aumento da concorrência e o investimento em capital humano.
Segundo o relatório, em países como Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai as prioridades devem ser o fortalecimento das finanças públicas e da estabilidade do setor financeiro.
É importante que esses países definam as suas políticas macroeconômicas com base em uma avaliação realista do potencial de oferta das economias, diz o relatório, sugerindo uma orientação mais prudente da política fiscal para aliviar as pressões sobre a capacidade e frear o aumento dos déficits em conta corrente, mas sem prejudicar a flexibilidade das taxas de câmbio para, assim, desestimular os fluxos de capital especulativo.
Já para países como Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela, o relatório diz que estas economias se beneficiariam se poupassem uma parcela maior das receitas das commodities. Como esses países são altamente vulneráveis a choques nas relações de troca, será preciso conter os gastos para assegurar a sustentabilidade das finanças públicas, diz o FMI.
Já para os países da América Central, o estudo diz que os principais desafios são reduzir o elevado endividamento público, controlar os desequilíbrios externos e reduzir as vulnerabilidades do setor financeiro.
Fonte: G1