Presidente do BC diz que resistência da inflação traz preocupação
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O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira (22) que a resistência da inflação continua provocando preocupação e que outras medidas ?poderão ser necessárias? de forma a garantir a ?manutenção da estabilidade e preços na economia?.

?O Banco Central tem comunicado a sociedade sua preocupação com o nível e resistência da inflação nos últimos meses?, afirmou durante palestra sobre as perspectivas econômicas, em evento promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil, em São Paulo.

?Dadas as incertezas remanescentes, o Banco Central tem atuado com cautela. Não resta dúvida, porém que a comunicação é parte importante do processo de condução da política monetária. O ajuste na mensagem do Banco Central por si só já determinou um mudança relevante nas condições financeiras de um modo geral. Nesse sentido ações foram tomadas, mas é plausível afirmar que outras poderão ser necessárias. Para decidir sobre isso, o Banco Central irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico no país.

Demanda doméstica
O presidente do BC avaliou que a economia brasileira se encontra em processo de recuperação do crescimento.

Está em curso o processo de retomada do crescimento econômico no Brasil. Neste primeiro trimestre provavelmente crescemos a um ritmo de 4%, anualizado, e a expectativa do mercado aponta para um crescimento em 2013 ao redor de 3%, disse.

Segundo Tombini, a demanda doméstica continua sendo o principal suporte da economia.

A expansão moderada do crédito, a geração de empregos e a ampliação de renda continuam estimulando o consumo das famílias. Este ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será ainda impactada pelos efeitos das ações de política recentemente adotadas, afirmou.

Entre os bons indicadores econômicos, Tombini citou a taxa de investimento, que voltou a crescer no 4º trimestre de 2012 após 4 trimestres consecutivos de retração. Pelas informações disponíveis, o investimento também cresceu no primeiro trimestre de 2013, disse.

Em relação ao ambiente econômico internacional, Tombini disse que a situação atual do Chipre reforça a percepção de que o cenário ainda é complexo e que ainda há vulnerabilidades.

Na nossa visão, o ambiente externo permanece complexo, mas é baixa a probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados internacionais dadas as ações promovidas pelos bancos centrais nos últimos dois anos, disse.

A perspectiva continua sendo de baixo crescimento econômico por um período prolongado para a economia global, acrescentou.

Ata do Copom
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada no dia 14, o Banco Central havia dito que a maior dispersão observada recentemente nos aumentos de preços ao consumidor, além de pressões sazonais (características de determinadas épocas do ano) e pressões localizadas no segmento de transportes, entre outros, vêm contribuindo para que a inflação mostre resistência.

Embora essa dinâmica desfavorável possa não representar um fenômeno temporário, mas uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado, o Comitê pondera que incertezas remanescentes ? de origem externa e interna ? cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser administrada com cautela, informou o Copom na ocasião, que optou por manter os juros estáveis em 7,25% na reunião do dia 6 de março, mas deixou a porta aberta para elevações no futuro.

 

Fonte: G1


Data: 25/03/2013 às 08h46
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