A última vez que a moeda tinha fechado acima de R$ 2 foi no dia 28 de janeiro, quando encerrou o pregão cotada a R$ 2,0014.
Segundo a Reuters, a alta de mais de 1% foi o maior avanço diário desde 30 de novembro, quando o dólar subiu 1,61%. O giro financeiro ficou em torno de 3,5 bilhões de dólares.
É só ver o clima todo lá fora, afirmou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros. Se essa história do Chipre gerar contágio, teríamos uma pressão aqui no Brasil, investidores começariam a vender na bolsa ou a desarmar algumas operações.
O Banco Central Europeu (BCE) informou nesta quinta-feira que o Chipre tem até a próxima segunda-feira para elaborar um plano para assegurar o resgate de 10 bilhões de euros da União Europeia.
A notícia derrubou o ânimo nos mercados globais, que foram golpeados também após dados mostrarem maior contração na zona do euro neste mês.
A renovada aversão ao risco entre os investidores alimentou as expectativas de que o BC possa intervir para puxar para baixo as cotações da moeda norte-americana.
O mercado vai ficar com um olho no peixe e outro no gato, agora que estamos acima de R$ 2, disse o operador de câmbio da Renascença José Carlos Amado, para quem, por outro lado, o BC pode até mesmo não atuar neste momento porque entradas de dólares podem ocorrer.
A última vez que o BC entrou no mercado para segurar altas no dólar foi no final de janeiro, justamente quando a divisa estava um pouco acima de 2 reais.
Boa parte do mercado acredita que o BC definiu uma banda informal para o dólar entre os patamares de R$ 1,95 e R$ 2 com o objetivo de conter pressões inflacionárias e baratear importações de bens de capital.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que o real está atualmente num patamar mais adequado para a indústria.
Alguns analistas afirmaram que a moeda norte-americana não deve continuar testando patamares mais fortes, uma vez que os avanços registrados recentemente pela moeda norte-americana devem atrair exportadores, alimentando o fluxo de entrada de divisas estrangeiras no país e pressionando para baixo as cotações.
Com o dólar acima de 2 reais, se o mercado conseguir manter nesse nível, atrai exportador, e o fluxo pode mudar um pouco, acrescentou Amado.