A moeda caiu 0,41%, para R$ 1,955, menor cotação desde 10 de maio do ano passado, quando encerrou a R$ 1,9521. Segundo dados da BM&F, o volume contratado ficou em torno de US$ 3,4 bilhões.
No mês, a moeda acumula queda de 1,76% e no ano perdeu 4,39%.
A moeda chegou a R$ 1,95 na quinta passada, mas voltou a subir na sexta após intervenção do BC.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou mais cedo que a atual estratégia do banco permanece válida no momento e que não há risco de descontrole da inflação, mas ressaltou que política monetária será ajustada se for necessário.
O mercado tem especulado que o governo aceitaria um câmbio mais valorizado para evitar pressões inflacionárias, o que permitiria a manutenção da taxa de juros na atual mínima histórica de 7,25% por mais tempo.
Houve uma mudança de estratégia por causa da inflação. O BC vai tentar manter o dólar nessa banda de R$ 1,95 a R$ 2; não acredito que irá permitir uma apreciação muito forte, afirmou consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.
O mercado passou a enxergar o suposto piso informal de R$ 1,95 depois que o BC interveio duas vezes quando a moeda ameaçou cair abaixo desse nível, mas analistas ponderam que a autoridade monetária poderá aceitar um nível ainda mais baixo para aliviar as pressões inflacionárias.
Isso ajudaria o BC a dar continuidade a sua estratégia de deixar a Selic estável pelo maior tempo possível, mesmo porque a economia ainda dá sinais de fraqueza.
Dados de vendas varejistas, divulgados nesta terça-feira, surpreenderam o mercado ao mostrarem queda de 0,5% em dezembro ante novembro, enquanto o mercado esperava alta de 0,8% no período.
Aposta na queda
Se tiver um fluxo forte, ele pode deixar (o dólar) cair um pouco mais e não defender o R$ 1,95 a todo custo, mas não deve deixar cair abaixo de R$ 1,90, disse Nakahodo. Isso pode ajudar a estratégia de deixar os juros estáveis por enquanto, completou.
Um exterior menos avesso ao risco e a perspectiva de mais entradas de divisas no país devido ao aumento de exportações, principalmente a partir do segundo trimestre do ano, dão força para um mercado que já está trabalhando vendido em dólar, ou seja, apostando na queda da divisa.
No entanto, também há apostas entre analista de que no curto prazo o BC defenderá o piso de R$ 1,95 para enxugar a volatidade no mercado.
O mercado vai ficar parado assim por um tempo. O BC interveio em R$ 1,95 e nos deu o piso. O mercado vai trabalhar agora para encontrar um ponto de equilíbrio, disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.
Fonte: G1 Economia