De acordo com Zimmermann, o equipamento, localizado em uma linha de transmissão entre o Tocantins e o Maranhão que é operada pela empresa Taesa, do grupo Cemig (empresa de energia de Minas Gerais), havia passado por manutenção uma semana antes do apagão. Para isso, precisou ser desligada.
A investigação feita pelo governo identificou que o sistema de proteção não foi religado pela empresa após a manutenção, como previsto.
Na sexta (26), houve um curto-circuito em uma chave de subestação e, como essa proteção não estava ativa, o problema se propagou e o sistema elétrico ativou um sistema de retaguarda - que foi o que provocou o apagão.
Empresa pode ser multada
Segundo Zimmermann, se o equipamento de proteção da linha de transmissão estivesse funcionando, o curto-circuito não teria sido capaz de provocar o desligamento que atingiu todo o Nordeste.
Essa proteção não funcionou porque não estava ativa no momento da ocorrência. Se estivesse ativa, nós não teríamos esse problema no sistema, disse o ministro interino. O governo, porém, ainda não sabe o que provocou o curto-circuito.
De acordo com Zimmermann, a empresa deveria ter feito testes para identificar o funcionamento do sistema de proteção após a manutenção, o que também não foi feito. Por conta disso, a Taesa pode ser multada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Falha humana
Com a conclusão do relatório, o governo reafirmou que o apagão foi provocado por falha humana: a não realização de um teste que apontaria que o sistema de proteção estava desativado.
“Não é normal ocorrer [a falha no religamento do sistema de proteção], mas ocorre”, diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, responsável pelo relatório divulgado nesta quarta pelo governo. O documento será encaminhado à Aneel, que deverá fazer novas fiscalizações.
O relatório do ONS também identificou falhas na recomposição do fornecimento de energia nos estados atingidos. O apagão, em algumas partes do Nordeste, durou quatro horas, tempo que Chipp considerou “extremamente demorado.”
De acordo com Chipp, vão ser feitos estudos para propor alternativas para garantir a retomada mais rápida da energia em caso de novas falhas.
Fonte: G1 Economia