Abrir um negócio. Aumentar a renda da família. Ser o próprio chefe. Esse é o sonho de 60% dos brasileiros, de acordo com pesquisa do instituto Datafolha. Mas é preciso coragem para ir atrás desse objetivo e, principalmente, conhecimento.
Há 40 anos o Sebrae incentiva micro e pequenos empresários que acreditam nesse sonho. O apoio visa a melhoria da gestão para que os negócios se tornem mais lucrativos, competitivos e duradouros.
“A gente fez muita coisa ao longo desses 40 anos, mas eu acho que o fundamental é o nosso apoio, capacitação, consultoria, assistência técnica. Esse reforço de que a gestão empresarial é fundamental para sobrevivência e para a sustentabilidade das empresas. De outro lado, a gente trabalhou muito o ambiente legal. Diminuir a burocracia, melhorar a legislação, diminuir tributos e com isso a gente finalizou com a conquista da lei geral da micro e pequena empresa”, afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae.
No ano passado, o Sebrae atendeu 1,7 milhão de empreendimentos. Entre eles, está a empresa de Antônio Gomes. Ele fabrica fontes para máquinas elétricas. A parceria dele com o Sebrae já dura mais de 20 anos.
Antônio participou do Empretec. O objetivo da capacitação é aperfeiçoar as habilidades do empreendedor e traçar um plano de negócios adequado. “A partir do Empretec, do empreendedor, e a alavancagem tecnológica, nós conseguimos atingir outros níveis que a gente ainda não imaginava”, revela.
O investimento inicial foi de R$ 2 mil reais. São feitas cerca de 30 fontes de alimentação por mês. O equipamento regula a corrente elétrica que chega até determinada máquina.
De olho em novas oportunidades de negócio, o empresário percebeu um mercado promissor.
Ele passou a desenvolver conversores de energia solar e eólica. Um equipamento, por exemplo, é o primeiro criado. Ele foi encomendado por uma indústria de Campinas, no interior de São Paulo, tem potência de 1000 watts e vai ser usado para carregar baterias.
Gomes aposta no tipo de aparelho para fazer a diferença no faturamento da empresa nos próximos anos. “Nós acreditamos que a hora que ele entrar em produção, pode representar 30, 40% do faturamento da empresa”, avalia.
O empresário José Baroni também contou com apoio do Sebrae desde o início do negócio. Há 13 anos, ele fabrica painéis elétricos de automação.
“A automação é feita em diversos segmentos, setor siderúrgico, papel celulose, borracha e indústria de embalagem, normalmente o setor papeleiro tem representado uma grande fatia do nosso mercado”, diz.
A empresa vende até 15 painéis por mês. O preço de cada projeto varia entre R$ 40 mil e mais de R$ 2 milhões.
Em 2009, a empresa passou pelo pior momento. Um contrato milionário foi cancelado e o empresário Jose Barone teve que arcar com o prejuízo, mas em vez de fechar as portas, ele buscou capacitação e mudou o planejamento estratégico do negócio, os resultados vieram no mesmo ano, começou um projeto de dimensões astronômicas.
A empresa foi contratada para fazer a automação da nova torre móvel do centro de lançamentos de foguetes de Alcântara, no Maranhão.
A estrutura de integração tem 33 metros de altura, mais de 380 toneladas e se desloca na hora da partida do veículo espacial. O projeto demorou três anos para ser concluído.
“Esse projeto trouxe, de certa forma, algo extraordinário no sentido de motivarmos a trazê-los a um projeto de novas pesquisas, novas estruturação, de nova capacitação e principalmente nos orientar a atingir as nossas metas a médio e longo prazo”, afirma Baroni.
O empresário também participou dos programas Empreender e Sebraetec. O primeiro visa o fortalecimento dos negócios com a criação de associações setoriais; o segundo oferece consultorias personalizadas para facilitar o acesso das empresas a inovações tecnológicas.
O empreendimento agora tem 36 funcionários. A empresa faturou cerca de R$ 4 milhões em 2011 e projeta um crescimento de 12% neste ano.
“Acho que a questão mais importante hoje é a gestão da sua empresa. É como se planejar, como ter um bom plano de negócio, como pensar o seu negócio, ter conhecimento, ter informação. E de outro lado, estar muito antenado nas mudanças tecnológicas.”
Fonte: G1 Economia