Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%. No último dia 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre, acumulando alta de 0,6% até o meio do ano, na comparação com o mesmo período de 2011.
Previsão do governo
Na última semana, o Ministério da Fazenda baixou de 3% para 2% a sua estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano. A previsão recuou apesar das várias medidas de estímulo à economia adotadas em 2012, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.
Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou mais de R$ 70 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,5% ao ano - os menores da história.
Inflação
Ao mesmo tempo em que baixou sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano, o mercado também elevou sua previsão de inflação para 2012. A expectativa subiu, na semana passada, pela décima vez consecutiva, passando de 5,24% para 5,26%. Para 2013, porém, a previsão dos analistas para o IPCA recuou de 5,54% para 5,50%.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, visto que, em 2011, a inflação ficou em 6,5% – no teto do sistema de metas.
Taxa básica de juros
Para a taxa básica de juros da economia brasileira no fim deste ano, a expectativa do mercado financeiro permaneceu em 7,25% ao ano – o que pressupõe uma nova redução de 0,25 ponto percentual, por parte do Banco Central, em outubro deste ano. Atualmente, os juros estão em 7,5% ao ano, na mínima histórica. Para o fim de 2013, por sua vez, a previsão dos bancos para a taxa básica de juros ficou estável em 8,25% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 ficou estável em R$ 2 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa permaneceu inalterada também em R$ 2 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 permaneceu inalterada em US$ 18 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira caiu de US$ 14,57 bilhões para US$ 14,40 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros permaneceu em US$ 58 bilhões na última semana.
Fonte: G1