Diante do novo cenário global corporativo, surge no mercado a demanda para um novo perfil de auditor interno – profissional de gestão responsável por mitigar riscos nas companhias. Antes visto como um “inimigo” dos funcionários, o auditor agora precisa assumir cada vez mais a postura de colaborador.
“As empresas estão buscando um profissional que seja parceiro do negócio e não um ‘espião’ da matriz”, avalia Bruno Lourenço, gerente da área de expertise de impostos e auditoria da Hays, especializada em recrutar para a média e a alta gerências.
Para acompanhar esse movimento, além dos requisitos técnicos que o posto exige, de uma boa visão de negócios e do profundo conhecimento da empresa, economistas, administradores e contadores que se dedicam à auditoria interna precisam desenvolver muito jogo de cintura.
O novo papel desses profissionais tem um caráter consultivo e não reserva muito espaço para perfis inflexíveis, como era praxe até cerca de dois anos atrás. “O auditor era aquele que almoçava sozinho”, lembra o gerente da Hays, ao ilustrar o afastamento do profissional dos demais funcionários e o sentimento de antipatia.
Agora, diz ele, existe a necessidade de que o profissional seja percebido como um parceiro que irá não apenas apontar erros, mas também sugerir soluções e ajudar na redução de custos da companhia. A ideia é que ninguém tema o momento da auditoria na corporação e entenda a sua importância de forma plena.
De acordo com Lourenço, a onda de fusões e aquisições que atingiu os diversos setores da economia é um dos fatores responsáveis por essa mudança no perfil dos auditores. O choque cultural decorrente do encontro de diferentes equipes e normas organizacionais obrigou os profissionais de auditoria a reverem seu papel, adequando-se à nova dinâmica dos negócios.
A auditoria pode servir como uma ponte para crescer na carreira. Uma passagem pela área muda a visão de risco que o profissional tem, sendo assim importante para compor um executivo completo. Para atuar no ramo, é imprescindível ter inglês fluente, língua cada vez mais exigida pelas corporações, saber lidar com a pressão por resultados e ter um perfil “nômade” – a maioria das oportunidades de trabalho está em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas o posto exige que sejam realizadas viagens constantes.
Outro ponto positivo para o profissional de auditoria é que o Brasil desponta como a menina dos olhos do setor na América Latina. De acordo com Lourenço, as melhores práticas na área são encontradas no país, que tem se tornado referência para a região.
Fonte: Canal Executivo