Faturamento do facebook cresce menos e aões caem
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A Facebook Inc. cumpriu as expectativas revisadas de Wall Street ao divulgar seu primeiro balanço trimestral como uma empresa de capital aberto, mas sua ação caiu 10% no after-hours, a negociação depois do fechamento da bolsa, num reflexo da preocupação com seu crescimento, que continua se desacelerando.

A empresa de redes sociais informou que teve um prejuízo de US$ 157 milhões no segundo trimestre, devido principalmente a despesas relacionadas com a compensação de funcionários com ações depois da abertura de capital, ocorrida em maio.

Excluindo essas despesas, o lucro da companhia foi de US$ 295 milhões, ou US$ 0,12 por ação, em linha com as estimativas dos analistas.

Wall Street tem observado de perto os dados de faturamento da empresa para ver se ela ainda tem forte potencial de crescimento. Embora no segundo trimestre a receita tenha subido 32% em relação a de um ano atrás, para US $ 1,18 bilhão, superando o US$ 1,15 bilhão esperado por analistas, esse crescimento diminuiu consideravelmente em comparação com apenas alguns trimestres atrás, quando o faturamento da Facebook mais que dobrou.

Na comparação com 12 meses atrás, o crescimento da receita no primeiro trimestre foi de 45%, e de 55% e 104% nos dois trimestres anteriores.

O culpado é o deslocamento do Facebook na direção de um negócio móvel. Mais usuários estão acessando a rede social por celulares e tablets em vez de computadores, onde a empresa tem um número muito maior de formatos de anúncios publicitários a oferecer.

Em uma teleconferência, o diretor financeiro da Facebook, David Ebersman, reconheceu que poucos usuários estão vendo anúncios. Além disso, Ebersman disse que a mudança para a plataforma móvel está comendo crescimento do negócio de pagamentos, o que hoje representa até 16% da receita total do Facebook. Os usuários estão preferindo jogar games em plataformas móveis com menos opções de pagamentos, em lugar daqueles jogos no site da Facebook, disse ele.

A Facebook não quis divulgar metas ou dar detalhes de faturamento específico com a plataforma móvel.

A ação estava caindo no after-hours. No fechamento do pregão de ontem, a ação tinha perdido 29% em relação ao preço inicial da abertura de capital, de US$ 38 cada.

A Facebook informou que em seu crucial negócio de publicidade as receitas cresceram 28% no trimestre, para US$ 992 milhões, ou 84% do total. Pagamentos e outras taxas resultaram num faturamento de US$ 192 milhões, informou a Facebook.

Os resultados da empresa, que tem sede em Menlo Park, Califórnia, foram divulgados na esteira de um relatório pessimista, também ontem, da parceira de negócios Zynga Inc., que desenvolve jogos muito populares entre os usuários da rede social. A Zynga informou que parte de seus problemas recentes foi resultado de mudanças feitas no Facebook que favorecem novos jogos, em vez de títulos tradicionalmente populares da Zynga, tais como oFarmVille.

Embora o site da Facebook continue crescendo em popularidade, com cerca de 955 milhões de usuários ativos mensais no fim de junho, em comparação com 901 milhões divulgados no trimestre anterior, a empresa tem sido questionada sobre sua capacidade de traduzir o uso crescente dos seus serviços em aparelhos móveis em um aumento significativo no faturamento.

A companhia informou ontem que tinha 543 milhões de usuários ativos mensais em dispositivos móveis no fim de junho, uma alta de 67% em relação ao mesmo período do ano passado. Também observou que começou a permitir que os anunciantes comprem espaço publicitário em versões móveis do site através do recurso Histórias Patrocinadas durante o trimestre.

No entanto, a Facebook não especificou taxa de crescimento de suas vendas em dispositivos móveis no período.

Ao mesmo tempo, os custos da empresa aumentaram bastante. As despesas totais quase quadruplicaram no trimestre, devido principalmente aos custos de compensação de funcionários com ações. Mas outras áreas de negócios também consumiram muitos recursos. A Facebook informou que as despesas dos departamentos de vendas e marketing saltaram para US$ 392 milhões no período, em comparação com US$ 96 milhões no mesmo trimestre do ano passado.

(Colaboraram Ben Fox Rubin e Shayndi Raice)

 
 
Fonte: The Wall Street Journal / por Valor Econômico
Escrito por: John Letzing

Data: 27/07/2012 às 03h32
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