Após bater recorde histórico em maio, dados preliminares de junho mostram recuo da taxa de inadimplência, que mede atrasos superiores a 90 dias, segundo informou nesta segunda-feira (23) o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Já há sinais de redução da inadimplência, declarou ele na cerimônia de lançamento das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20 em Brasília.
Ele acrescentou que os dados da autoridade monetária mostram, também, uma redução maior nos níveis de atraso, das operações de crédito, de 15 a 90 dias - que são considerados indicadores antecedentes do nível de inadimplência, ou seja, que indicam, segundo ele, que a taxa de inadimplência tende a recuar ainda mais no futuro.
Tombini avaliou que esse cenário de queda da inadimplência é favorecido pela queda das taxas de juros bancárias, que vem sendo registrado com mais intensidade desde maio deste ano, o que representa melhores condições de financiamento e refinanciamento para famílias e empresas, além da queda da inflação - que contribui para elevar o ganho real dos salários e permite uma reorganização dos balanços das famílias.
Esse cenário abre espaço para a realização de novas contratações, em condições melhores de custo e prazo e, consequentemente, para a manutenção de uma expansão moderada de crédito, que representa também mais um fator de sustentação da demanda, afirmou o presidente do Banco Central.
Crescimento da economia e inflação
O presidente do Banco Central repetiu que o crescimento da economia brasileira, que somou apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano, contra igual período do ano passado, tende a se acelerar ao longo dos próximos trimestres. De acordo com estimativas dos próprios participantes de mercado, no final de 2012 e início de 2013 o Brasil estará crescendo em torno de 4% em termos anualizados. Ainda de acordo com esses analistas, o Brasil crescerá acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013, na comparação com igual período de 2012, acrescentou.
Em sua visão, a perspectiva de aceleração do crescimento se deve à expansão do emprego e da renda - que impulsionam a massa salarial - e à queda no custo do dinheiro. Temos impulsos monetários [cortes nas taxas de juros desde agosto do ano passado] e fiscais [reduções de tributos, como o IPI de automóveis e da linha branca, entre outros] já introduzidos cujos efeitos ainda não se manifestaram plenamente, acrescentou Tombini.
É importante destacar, senhoras e senhores, que esse cenário tende a se materializar em ambiente de inflação sob controle (...) A redução da inflação tem sido disseminada. A variação nos últimos dozes meses tem caído nos segmentos de preços livres, administrados por contrato, monitorados e inclusive no segmento de serviços, onde os preços têm se mostrado mais resistentes nos últimos anos, avaliou o presidente do Banco Central.
Fonte: G1