O volume de crédito oferecido pelos bancos cresceu 1,7% em maio deste ano, para R$ 2,13 trilhões, segundo números divulgados nesta terça-feira (26) pelo Banco Central. Com isso, o volume de crédito alcançou 50,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um novo recorde histórico. Em abril, esse percentual era de 49,6%.
O novo recorde histórico na porcentagem do crédito com o PIB acontece em um momento no qual aparecem críticas do Banco de Compensações Internacionais (BIS – o banco central dos bancos centrais) sobre o possível aparecimento de bolhas de crédito em países emergentes.
Em relatório divulgado nesta semana, a instituição sustentou que o Brasil está na zona de perigo por considerar haver um descompasso entre o crescimento do crédito e da expansão da economia. Citou também preocupação com o nível de endividamento das famílias e das empresas brasileiras e com o forte crescimento dos preços do mercado imobiliário.
Para o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, porém, não há risco na expansão do crédito no Brasil.
O crédito cresceu juntamente com a renda nos últimos anos e tem sido um elemento importante nesse processo de desenvolvimento e crescimento do país. O nível de provisionamento [recursos separados pelos bancos para fazer frente à uma eventual inadimplência futura] dos bancos está acima de padrões internacionais. O BC está muito tranquilo sobre a sustentabilidade da expansão do crédito, declarou ele.
Maciel lembrou também que a marca de 50% é bem menor do que nos países desenvolvidos, onde o nível de 75% é superado. Há casos de países com crédito acima de 100% ou 200% do PIB. Esse crescimento do crédito no Brasil é influenciado, em parte, pelo crédito imobiliário, que tem percentual baixo de inadimplência, acrescentou ele.
Segundo ele, o crescimento do crédito também está em desaceleração no Brasil. Entre 2005 e 2008, afirmou, o crescimento foi de 25% ao ano. Entre 2009 e 2012, deverá ficar em cerca de 18%. Somente para este ano, a estimativa de expansão do crédito bancário foi mantida em 15% pela autoridade monetária.
Fonte: G1
Escrito por: Alexandro Martello