A Caixa Econômica Federal vai estudar a criação de uma linha de financiamento para material de construção que tenha menos exigências do que a linha instituída neste ano com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que não está funcionando. A declaração foi feita na segunda-feira (21) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante anúncio de um pacote de incentivos ao setor automotivo e de bens de capital.
O ministro afirmou que o crescimento das vendas do setor de construção, da ordem de 5%, está em ritmo bom, mas as empresas reclamaram de falta de crédito e de que essa linha (que conta com R$ 1 bilhão e juros de 12% ao ano) tem muitas condicionantes estipuladas pelo Conselho do FGTS.
Mandei estudar uma linha mais simples. Falei com a Caixa, que ficou de apresentar uma proposta viável, que funcione, disse Mantega. Estamos atentos ao crédito para material de construção. O ministro disse ainda que, se houver escassez de crédito para qualquer setor, o governo vai agir. Se faltar crédito, vamos liberar mais. Essa é a ordem.
Mantega reiterou que haverá o repasse de R$ 45 bilhões do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reforçar as linhas com juros subsidiados. Ele não mencionou, porém, o valor do primeiro repasse. Haverá um escalonamento, mas não vem ao caso o cronograma, disse, contrariado. Fontes do governo informaram à Agência Estado que serão repassados R$ 10 bilhões em junho.
O ministro avalia que tem sobrado dinheiro no banco, que também opera com recursos próprios. Mantega brincou que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho: é um homem de US$ 150 bilhões. À época em que presidiu o BNDES, Mantega afirmou que era um homem de apenas US$ 60 bilhões.
Fonte: Agência Estado / por Jornal do Comércio