O governo federal confirmou na sexta-feira que a receita estimada para o ano diminuiu em quase R$ 10 bilhões. No relatório de avaliação fiscal relativo ao período de março/abril, a receita administrada pela Receita Federal projetada para 2012 caiu para R$ 690,02 bilhões, ante os R$ 700 bilhões da previsão anterior. O relatório divulgado pelo Ministério do Planejamento traz a reavaliação do governo para a execução orçamentária, à luz do que ocorreu no segundo bimestre do ano.
Assim, os números apontam que, apesar de esperar uma receita com tributos (não é a única, mas constitui a parcela majoritária das receitas do governo) mais elevada no primeiro bimestre do ano, o que realmente entrou nos cofres do governo foi menor, gerando uma queda nas projeções para 2012 no valor de R$ 9,98 bilhões.
No relatório, o governo mantém projeção de alta de 4,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) no ano, apostando no efeito benéfico que a redução dos juros e o aumento do crédito via bancos oficiais terá na economia.
A aposta do governo destoa dos analistas do mercado, que já cogitam crescimento da economia mais fraco que os 2,7% observados em 2011. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que chegar a 4,5% em 2012 será muito difícil, aspirando algo em torno de 4% (ver mais sobre o assunto na página A6).
Responsável pelos números, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda justifica que após apresentar ligeira contração no terceiro trimestre de 2011, influenciada pela deterioração no cenário internacional, a economia brasileira voltou a recuperar o dinamismo já no fim do ano passado, acelerando o crescimento de forma gradual no primeiro trimestre de 2012. Justifica ainda no texto que as medidas de estímulo adotadas pelo governo ainda não afetaram, plenamente, a atividade econômica.
A SPE diz ainda que a economia deve acelerar nos próximos trimestres, como resultado da redução nas taxas básicas de juros, da elevação da oferta de crédito pelos bancos públicos, além da implementação de medidas do Plano Brasil Maior.
No relatório, entretanto, há a ressalva de que as incertezas no front internacional recomendam manutenção dos parâmetros macroeconômicos elaborados em março.
A taxa básica de juros Selic média esperada caiu de 10,48% para 9,86% em 2012, enquanto a projeção do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice que mede a inflação oficial, se manteve em 4,7% no ano.
Fonte: Valor Econômico / por Fenacon
Escrito por: Azelma Rodrigues