Aumenta a procura por intercâmbio depois dos 50 anos
Compartilhar:

Já passou o tempo que o intercâmbio era realizado só por jovens. Hoje, muitos adultos estão realizando o sonho antigo de estudar no exterior.

Uma estimativa da empresa Central Intercâmbio revela que o número de pessoas com mais de 50 anos que buscam este tipo de experiência aumentou 45% de 2011 para este ano. É o caso da professora Maria Helena Alves, de 59 anos, e seu marido Paulo Cesar Reddo Alves, 63, que estão nos Estados Unidos para estuda inglês em um programa de seis meses.

Para Maria Helena, a maturidade conta pontos quando se faz o intercâmbio nesta idade.

— Uma delas é viver uma nova experiência sem a insegurança e ansiedade da juventude, mas com simplicidade e despojamento. Outra é conviver com pessoas mais novas que proporciona uma atualização e nova visão do mundo. 

Maria Helena tem 22 horas aulas semanais e muitos deveres de casa. A professora universitária explica que a experiência em outro país se torna um diferencial no aprendizado.

— Certamente estou tendo uma melhora muito grande, tanto na parte gramatical quanto na fluência, porque tenho que me comunicar em inglês durante quase todo o dia na universidade, além do contato obrigatório com pessoas do comércio como supermercado, lojas e farmácia.

O gerente de produtos da Central Intercâmbio, Gabriel Canellas, afirma que, além do aperfeiçoamento do idioma, as pessoas dessa faixa etária buscam também uma bagagem cultural maior que os jovens.

—Restaurantes, museus e arte são mais valorizados por estas pessoas. Mais do que estar no local, elas procuram interagir com ele, conseguir fazer o seu pedido na lanchonete e se sentir parte do ambiente. 

Canellas explica ainda que, às vezes, o intercâmbio para pessoas acima dos 50 anos requer algumas adaptações.

— Não é como um intercâmbio comum. Este exige um pouco mais de conforto em sua hospedagem e roteiro. Na Europa, por exemplo, não são todos os hotéis que têm elevador, e essa é uma das mudanças sutis que devem ser realizadas para que tudo saia bem. Outro detalhe é o clima, alterações muito bruscas não são tão aceitas por esse público.

Em família

Para aproveitar não sofrer com a saudade, muitas famílias também têm embarcado junto com os filhos em viagens de intercâmbio. Foi o que fez Marineide de Freitas, de 47 anos. Ela e o marido, Aldenor, de 49 anos, fizeram um curso de inglês na Austrália com o filho mais velho, Aldenor Júnior, na época com 21 anos, enquanto o mais novo, Vinicius, de 14 anos, participava do programa high school (ensino médio).

— Foi ótimo! Eu pretendo fazer de novo o mais rápido possível. Meus filhos também adoraram e só não foi melhor por que não ficamos mais tempo.

A família alugou uma casa e passou seis meses no país. Marineide conta que seus filhos tiveram grandes avanços com a língua, e que só não foi melhor por que se comunicavam em português entre si.

—Em casa, acabamos falando em português mesmo, o que prejudicou um pouco no aprendizado, mas meus filhos e marido tiveram um excelente resultado.

A diretora acadêmica da agência Exchange International, Camila Ferreira, conta que apesar de este ser um tipo de intercâmbio “novo”, o programa tem sido procurado com frequência pelas famílias.

— Em menos de um mês já atendi três famílias com o mesmo objetivo. E esse número tende a crescer.

 

Fonte: R7


Data: 07/05/2012 às 09h56
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o crcse.org.br, você concorda com a Política de Privacidade e a Política de Cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de Cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.