Presidente da Vale admite que ações com cobrança de impostos
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A disputa da Vale na área tributária com a Receita Federal e com o governo de Minas Gerais geram incertezas aos investidores que, teoricamente, têm impacto no preço das ações da mineradora, reconheceu o presidente da Vale, Murilo Ferreira.

Teoricamente todo o ambiente de incerteza traz um efeito sobre a precificação [das ações], disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

O fraco resultado da mineradora no primeiro trimestre (queda de 40,5% no lucro, já prevista pelo mercado) soma-se a uma série de notícias ruins para a companhia. Entre elas, está o contencioso com a Receita sobre a tributação de suas filiais no exterior, que pode chegar a quase R$ 30 bilhões.

A mineradora revelou ainda neste mês uma nova cobrança do governo de Minas de R$ 1,2 bilhão em ICMS devido, referente somente ao ano de 2006. O governo mineiro poderá aplicar novas multas para o período de 2007 a 2011.

Para Ferreira, porém, a discussão com a Receita sobre o pagamento de impostos de empresas controladas e coligadas no exterior não atinge apenas a Vale. O executivo diz ter sempre ouvido da presidente Dilma que o objetivo do país é ter empresas campeãs no exterior. Ou seja, a tributação adicional seria contraditória com tal meta.

O presidente da Vale disse que é ainda mais difícil para os investidores estrangeiros compreenderem as discussões com o fisco, pois não conhecem o sistema tributário brasileiro nem as possibilidade de recursos na Justiça sobre as cobranças.

Demanda Chinesa

Apesar de assistir a uma queda de 20% nas suas exportações no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2011, a Vale acredita que o volume de minério de ferro embarcado em 2012 vai ser semelhante ao nível verificado no ano passado.

Para recuperar a perda do primeiro trimestre e elevar as exportações nos próximos, a mineradora aposta no crescimento da demanda chinesa por minério.

O presidente da Vale lembrou que a política monetária de controle de crédito no país asiático vem sendo relaxada, o que deve aumentar o consumo.

Outro estímulo à demanda por minério de ferro, disse Ferreira, é a retomada, neste início de ano, da maioria dos projetos de ferrovias que foram desacelerados no ano passado na China. Além disso, a produção de aço teve bom desempenho no primeiro trimestre. E os números iniciais de abril apontam recorde em base diária [da produção chinesa de aço], afirmou.

A demanda global por metais deve continuar expandindo e o mercado continuará apertado do lado da oferta, disse o executivo.

 
 
Fonte: Agência de Notícias Jornal Floripa

Data: 27/04/2012 às 11h21
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