Já estava tudo negociado informalmente, mas, na sexta-feira, os dois órgãos responsáveis pelos dois principais conjuntos de normas contábeis do mundo puseram no papel o compromisso de buscar um entendimento conjunto sobre classificação e mensuração de instrumentos financeiros nos balanços.
O anúncio foi feito por meio de comunicado oficial do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), responsável pelo padrão IFRS usado no Brasil e em mais de cem países, e seu congênere americano Fasb, que escreve as normas contábeis dos EUA.
Em resumo, os órgãos decidiram retomar a discussão do caso porque, se não conseguirem convergência em relação a esse ponto, o sonho de se ter um único padrão global de contabilidade provavelmente irá pelo ralo.
No fim do ano passado, o Iasb já havia dito que estava disposto a fazer uma revisão limitada sobre o pronunciamento IFRS 9, que trata dessa questão.
Havia resistência dentro do Iasb em rever a regra porque o IFRS 9 foi aprovado recentemente, depois de ampla discussão pública, e alguns países já o adotaram, embora o uso obrigatório esteja previsto só para 2015.
Agora, o Fasb também se mostra disposto a rediscutir o tema. Um dos pontos rejeitados pelo órgão americano no IFRS 9, com base nos comentários que recebeu do público, é a possibilidade de se ter ativos financeiros que sejam negociados em mercados organizados registrados pelo custo e não pelo valor justo.
Na regra internacional, isso é permitido se a entidade evidenciar que, no seu modelo de negócio, a ideia é manter os ativos até o vencimento e receber seus fluxos financeiros - como os juros de um título de dívida.
Outra diferença do IFRS 9 é o fim da classificação do instrumento financeiro na categoria de disponível para venda, em que os papéis são registrados pelo valor de mercado, mas a variação afeta só o patrimônio e não o lucro. Essa classificação ainda existe no US Gaap.
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