O governo acredita que o Banco Central tem espaço para continuar a redução da taxa de juros e, caso a situação econômica mundial se agrave, terá condições de agir com uma política monetária expansionista. As informações estão no boletim Economia Brasileira em Perspectiva divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Fazenda.
A política expansionista tende a aumentar a despesa pública (o que contraria o esforço fiscal anunciado pelo governo), para aumentar os estímulos à economia, como produção, consumo e redução de desemprego. Essas ações colocam dinheiro público no mercado para fazer a economia girar.
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Se houver uma piora na crise global, o Banco Central brasileiro poderá atuar com uma política monetária expansiva, respondendo a uma possível recessão na economia, informa o documento.
No mês passado, o BC anunciou um corte de 12,5% para 12% ao ano na taxa Selic. Segundo o documento, essa queda nos juros só foi possível por conta de uma mudança nos efeitos da turbulência internacional nas economias avançadas
O boletim destaca ainda que, segundo o relatório de inflação do Banco Central, a inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deve chegar a 5,8% em 2011.
Esse número é maior do que a meta percorrida pelo governo que é de 4,5%. No entanto, esse valor está abaixo do limite de tolerância que é de 6,5%. Em 12 meses, até agosto, a inflação ficou em 7,23%.
Na data do anúncio do superavit primário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou que, com a economia de R$ 10 bilhões, o governo pretendia evitar um aumento nas despesas correntes, dando mais espaço para o Banco Central usar os juros como arma contra uma deterioração da crise econômica mundial, que pode afetar a economia brasileira.
PIB
De acordo com o documento, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,2% no primeiro trimestre e 0,8% no segundo.
Segundo a Fazenda, os investimentos desempenharam um papel importante na manutenção do crescimento econômico em níveis sustentáveis e a estimativa é de que nesse ano a Formação Bruta do Capital Fixo alcance 19,5% do PIB.
Esse resultado, para o ministério, se deve as oportunidades presentes na economia brasileira e as medidas de incentivo ao investimento de longo prazo.
A Fazenda também manteve a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 4,5%.
Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/121.html Folha de São Paulo