Enquanto a Bolsa de Valores abre a semana com perdas, o dólar comercial é negociado em seu patamar mais alto dos últimos 14 meses, em meio ao nervosismo de investidores e analistas a respeito da crise europeia.
O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, retrocede 0,59%, aos 56.872 pontos. O giro financeiro é de R$ 7,76 bilhões, bem acima da média para o horário, devido ao vencimento de opções (derivativos financeiros) deste mês.
O dólar comercial é negociado por R$ 1,797, em forte alta de 3,69%. Ao longo do dia, os preços da moeda americana já oscilaram entre R$ 1,800 e R$ 1,747. A taxa de risco-país marca 247 pontos, número 7,39% acima da pontuação anterior.
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O mercado tem razão
Na Europa, as principais Bolsas de Valores encerraram os negócios com perdas entre 2% (Londres) e 3% (Paris).
Já nos EUA, a Bolsa de Nova York, que ainda opera, sofre queda de 1,93%.
A crise europeia ainda é a grande preocupação de investidores e analistas, tendo a Grécia por foco . Às voltas com uma severa crise financeira, o país mediterrâneo é visto como um dos mais sérios candidatos a anunciar um default (suspensão de pagamentos) no curto prazo, o que poderia provocar vários problemas para o sistema financeiro europeu.
Hoje, o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, declarou que seu país deve ser obrigado a tomar decisões de caráter histórico, e ressaltou os desafios para cumprir as metas orçamentárias e fiscais para este ano e 2012.
O representante permanente do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Atenas, Bob Traa, disse por sua vez que a recessão seguirá afetando a Grécia durante 2012, pelo quarto ano consecutivo, mas a um ritmo mais lento, e a recuperação virá apenas em 2013.
No fim de semana, o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, cancelou uma visita planejada aos Estados Unidos para tratar do aprofundamento da crise no país, dias antes de inspetores internacionais chegarem para averiguar as contas gregas.
Mas esforços das principais lideranças políticas da Europa em garantir apoio à nação grega, mantendo o país na zona do euro, não tranquilizam os mercados.
Muitos economistas veem com temor a deterioração dos indicadores econômicos e das contas públicas da nação que poderia se tornar a protagonista de um novo momento Lehman Brothers (banco americano cuja quebra detonou a pior fase da crise de 2008), na ótica dos mais pessimistas.
BRASIL
O boletim semanal Focus, elaborado pelo Banco Central, revelou que boa parte dos economistas de bancos e corretoras revisou para cima suas projeções tanto para a inflação quanto para a taxa de câmbio.
A variação prevista do IPCA (índice de preços calculado pelo IBGE, e utilizado para o regime de metas do governo) passou de 6,45% para 6,46%. Para 2012, a taxa projetada aumentou de 5,40% para 5,50%.
Já a taxa de câmbio projetada para dezembro passou de R$ 1,60 para R$ 1,65, subindo pela primeira vez em várias semanas. Já a taxa prevista para dezembro de 2012 foi mantida em R$ 1,65.
A previsão para a taxa básica de juros (a Selic) se manteve em 11% para este ano e, para 2012, foi reduzida de 11% na semana passada para 10,75% nesta semana.
Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/114.html Folha de São Paulo