GENEBRA - O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, disse ontem que a crise econômica nos Estados Unidos e Europa está apressando decisões de investimentos no Brasil. Teixeira presidiu ontem a conferência anual da Associação Internacional de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês). Ele revelou que uma pesquisa feita entre as 176 agências de promoção de investimentos de 140 países apontou a China e o Brasil como os destinos preferidos para atrair investimentos em 2012, com 19% de preferências, seguidos pela Índia, com 15%, e pelos Estados Unidos, com 10%.
Teixeira informou ainda que neste ano a China continuará sendo o maior investidor no Brasil, seguida pelos Estados Unidos, mas a implementação de alguns projetos atrasam por causa da valorização do real. Ele disse também que espera fechar negociações ainda este ano para atrair quatro investimentos bilionários ao país. Um deles, de uma empresa japonesa na área de transporte e infraestrutura, que poderá ser de US$ 3 bilhões. Há ainda projetos encaminhados de uma companhia europeia, de uma chinesa e de outra americana.
Segundo Teixeira, uma delegação da taiwanesa Foxcomm estava ontem em Belo Horizonte para se encontrar com o ministro Fernando Pimentel, a fim de examinar a possibilidade de Minas Gerais ser o local de uma futura fábrica de produção de tabletes e telefones, inclusive para a Apple. A partir desse quadro, conta, o MDIC aumentou a estimativa de investimento estrangeiro direto em 2011 de US$ 50 bilhões para US$ 55 bilhões. Na verdade, é abaixo dos US$ 65 bilhões mencionados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em maio, quando o Banco Central já tinha a projeção de US$ 55 bilhões.
O presidente da Waipa admitiu que errou quando informou na semana passada que o fluxo global de investimentos poderia declinar até 20% em 2011/12 por causa da crise. Na verdade, diz Teixeira, é o fluxo de investimento externo direto para os países desenvolvidos que pode cair até esse percentual. O fluxo para emergentes continuará em alta. O volume global pode aumentar 10% este ano, para US$ 1,33 trilhão.
(Assis Moreira)
Fonte: Valor Econômico