SÃO PAULO – A preocupação com o dinheiro, na avaliação do coordenador sênior de conteúdo do Instituto Akatu, Estanislau Maria, é uma atitude muito sustentável. Afinal, dinheiro não é um fim em si, mas um meio de comunicação. Comunica o nosso trabalho com as coisas que precisamos. E o consumo é um meio para chegar ao bem-estar e não um fim em si, destaca.
Assim, sustentabilidade tem tudo a ver com economia, com cuidado com as finanças e o planejamento do seu orçamento. Então, conheça 10 atitudes que fazem bem para o planeta e também para o seu bolso: 1 Planejamento Não seja impulsivo nas compras. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor e economize na boca do caixa, afirma Maria. O sócio-diretor da consultoria Finanças Sustentáveis, Victorio Mattarozzi, também lembra a importância de utilizar o dinheiro de maneira consciente: Precisamos pensar nas nossas contas mensais, nas nossas poupanças e na real necessidade da compra. 2 Consumir apenas o necessário Maria convida todos a refletirem sobre o que de fato cada um necessita.
Afinal, é possível manter sua qualidade de vida, cortando o desperdício. Para se ter uma ideia, um levantamento divulgado em maio pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) revelou que um terço dos alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado a cada ano, o que representa 1,3 bilhão de toneladas.
Por isso, Mattarozzi indica a comprar apenas a quantidade de alimentos e bebidas que realmente iremos consumir. 3 Poupar sem sofrimento Para Mattarozzi, fazer uma poupança ajuda a garantir um futuro mais tranquilo, investir na própria educação e na dos filhos, fazer uma viagem, comprar uma casa e abrir o próprio negócio. Querer poupar já é uma decisão importante, seja qual for a quantia, reitera. Maria concorda: Pequenas economias diárias de uma única pessoa significam menor consumo de água, energia e recursos naturais. Projete isso por uma vida, e o resultado será uma boa quantia de dinheiro e bastante recurso preservado.
Agora, projete para uma cidade inteira, um país... 4 Economias domésticas Inclusive, a economia cotidiana é super importante. Se a família tem mais de um carro, que tal a carona solidária?, indaga Maria. Isso ajuda na economia de combustível, manutenção, pneu e estacionamento.
Além disso, tomar banhos curtos, escovar os dentes e se barbear com a torneira fechada, lavar roupa com máquina cheia, limpar quintal, calçada e o carro com balde e consertar vazamentos são pequenas ações que, acumuladas no dia a dia, levam a uma boa economia na conta de água, lembra o coordenador do Akatu. Em relação à redução na conta de luz, ele indica a usar lâmpadas fluorescentes, desligar aparelhos sem uso e apagar lâmpadas em cômodos vazios, passar toda a roupa de uma vez, revisar a vedação da geladeira, não deixar aparelhos no stand by e evitar o ar condicionado. 5 Separar o lixo Ao reciclar, o consumidor contribui para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos. E mais: com isso, você diminui o lixo que vai para os aterros e evita que a prefeitura cobre mais impostos ou taxas para manter os depósitos, acrescenta Maria. 6 Escolher o produto Primeiro, é preciso entender que o processo de consumo não se esgota no ato da compra, mas passa pelas etapas do que comprar, por que comprar, de quem comprar, como comprar, como usar e como descartar.
Por isso a escolha é super importante. É preciso escolher produtos que sejam mais sustentáveis no processo de fabricação e transporte, mas também no uso: que gastam menos energia, usam combustível renovável, sejam duráveis e não descartáveis, sejam compartilháveis, não sejam tóxicos e que, ao final da vida útil, possibilitem outro uso, orienta Maria. 7 Produtos piratas e contrabandeados O preço menor não compensa, avalia Mattarozzi. E Maria concorda: Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis, destinar impostos para o poder público e para combater o crime organizado e a violência. 8 Forma de pagamento Não há regra que defina se é melhor comprar a prazo ou à vista. Essa decisão depende da nossa situação financeira, da real necessidade de comprar, do nosso orçamento e, principalmente, da taxa de juros cobrada, destaca Mattarozzi. Maria ensina que o melhor jeito de escolher a forma de pagar uma compra é avaliar o preço final e a urgência pelo produto.
A compra da casa própria, por exemplo, pode demorar muito se o consumidor poupar todo o valor. Com a valorização do imóvel e pelo fato de fugir do aluguel, talvez valha o financiamento, pondera. Para outros bens, ele aconselha a juntar o dinheiro para pagar à vista ou ao menos juntar parte dele para diminuir a parcela financiada. 9 Crédito consciente Antes de fazer um empréstimo, esteja certo de que poderá pagar as prestações, analisando o preço final com a taxa de juros.
Há casos, como lembra Maria, que conforme a taxa e o prazo, seria possível comprar três produtos iguais com o preço final que você vai pagar. 10 Endividamento: evite-o! Para evitar o endicidamento, é preciso repensar e planejar o consumo. Muita gente entra em várias prestações simultâneas pensando apenas naquela prestação. É preciso somar todas elas, mais os gastos mensais da família e ver se não superam a renda, ensina o coordenador do Akatu. Ele ainda acrescenta que, para sair do endividamento, basta usar a matemática: Botar todos os gastos e a receita familiar na ponta do lápis, cortar todo gasto não essencial e fazer um controle rigoroso do orçamento mensal. Fernanda de Moraes Bonadia Fonte: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/18.html