É possível compensar a remuneração mais baixa com tratamento único e especial para cada empregado, diz. Para o sócio da Recruiters, empresa de seleção de pessoas, Othamar Gama Filho, é preciso ser criativo e usar de persuasão.
Crie um clima amigável na empresa, seja mais aberto na forma de comandar e deixe que os funcionários opinem sobre os rumos do seu negócio, sugere. Fora de caixa. Em 2007, a francesa Alexandrine Brami abriu a escola de francês Ifesp e contratou Pauline Charoki para ser professora, mas percebeu nela uma sócia em potencial.
Ela tinha habilidades que eu não tinha, por isso propus a parceria, afirma Alexandrine. Entre a contratação e a sociedade, foram apenas três meses. Senti que havia oportunidade para crescer e dei o máximo de mim, diz Pauline.
Hoje, a empresa conta com 15 funcionários - sendo seis professores - e uma política criativa de retenção. Os professores, que têm um perfil mais maduro, usam os contatos da Ifesp para conseguir bicos de tradução, o que é incentivado pela direção. O restante do grupo é composto de jovens que recebem projetos específicos para comandar dentro da empresa. Lidamos com perfis diferentes de maneiras específicas. Os jovens, não querem estabilidade, mas desafios, diz Alexandrine.
Além disso, os demais empregados ganham bolsa integral de francês e também podem fazer críticas e sugerir ações toda sexta-feira, dia voltado ao debate.
Já a consultoria Plura, que trabalha na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho,foi radical para barrar o assédio a sua mão de obra especializada.
Para incentivar os empregados a permanecerem na empresa, oferece sociedade. O funcionário passa por níveis e, se mostrar capacidade, é convidado a assumir a responsabilidade. É um plano de carreira que termina com ele dividindo o comando, conta o presidente da empresa, Alex Vicintin.
Dos 17 funcionários da Plura, 12 já são sócios e participam da divisão dos lucros, além do salário. Alguns clientes já tentaram recrutá-los. Mas eles não saem. Estão comprometidos com a companhia, diz Vicintin. Na competitiva área de tecnologia, o gerente de projeto Raide da Silva, da Websoftware, arranjou uma forma simples de estimular a permanência de seus oito programadores na empresa.
Ao perceber que alguns moravam longe, ele organizou uma república perto da sede, com direito a transporte ao trabalho. Além disso, deu pequenos mimos no serviço, como máquina de café e lanches, e financia metade dos cursos na área. O resultado é claro: há um ano e meio, ninguém sai. Estamos ajustados.
Fonte: O Estado de S.Paulo